Tuesday, October 30, 2007

Os amigos que ficam e os amigos que vão

Por vezes confronto-me com situações em que amigos meus - pessoas chegadas ou que foram importantes durante um período da minha vida - se começam a afastar. Normalmente isto acontece por razões naturais - as pessoas transformam-se, seguem caminhos diferentes, mudam de emprego, de casa ou de namorada.

Normalmente custa-me um bocado ver isto a acontecer. Hoje em dia habituei-me a ver isto como uma parte natural da vida, e aprendi a não lutar demasiado para o evitar.

Não quer isto dizer que não tente - normalmente, quando me começo a aperceber de que isto está a acontecer, tento reaproximar-me da pessoa - começo a convidá-la para mais eventos, a enviar mais mails, a tentar apanhá-la no messenger para conversar um pouco. Muitas vezes isto não é suficiente - e sobretudo se não houver um esforço idêntico do outro lado, acabo por desistir e deixar ir.Dependendo da pessoa e do tipo de relação, por vezes acabo por ficar com um amigo que vejo menos vezes - o que significa que me continuo a esforçar por manter um contacto mínimo, mas outras acabo por dar essa pessoa como perdida e desisto de vez.

Custa - sobretudo quando são pessoas a quem dou muito valor, ou por quem tento ainda durante muito tempo ou com muita força manter o contacto sem no entanto ver um esforço idêntico, mas hoje em dia acho que é importante ser capaz de perceber que por vezes é necessário - uma relação de amizade tem que fluir nas duas direcções e por vezes é melhor uma relação naturalmente adormecida do que uma artificialmente acordada.

3 comments:

Pluma said...

Olá Miguel,

Espero não fazer parte do grupo dos "malditos", embora eu seja um bocadito anti-social, é verdade!

Acrescentaria a tudo isso, que às vezes não é uma coisa nem outra e que os dias apenas vão passando.

Cristina

Anonymous said...

Tu estás no grupo dos que "baldas-que-se-fartam-de-rejeitar-convites-mas-que-de-vez-em-quando-até-vão-o-que-me-deixa-muito-contente".

Como disse uma pessoa que eu conheço:

"Em tudo, é preciso querer. É preciso poder. Nem sempre se pode. Nem sempre se quer e entre uma coisa e outra resvala o fosso da nossa incompreensão."

Deixar os dias passar, não responder ou não oferecer alternativas é frequentemente sinal mais de não querer do que de não poder. Normalmente quando quero mas não posso tento oferecer uma contra-proposta ou uma alternativa. No post só me queixo das pessoas que deixam ir - que não respondem, ou que não mostram muito interesse.
Miguelb

J said...

Tenho por hábito procurar estar com as pessoas de quem gosto regularmente o que, de facto, nem sempre é fácil.

Mas sem dúvida que quando há vontade há tempo. Eu própria noto isso em mim. Posso estar sobrecarregada mas se tiver motivação para estar com alguem, estarei. se não for hoje, será amanhã.

A falta de tempo, por vezes, é real. Há projectos (seja a nível profissional ou "extra curricular") que realmente durante fases da nossa vida nos roubam a disponibilidade. Acontece.

Agora, tenho sérias dúvidas em acreditar nas pessoas que nunca têm tempo para nada durante um ano inteiro. Revela ou uma muito mas muito má gestão do tempo ou pouca vontade.

A esses dou, como o meu irmão, duas ou três tentativas. Depois deixo de me esforçar para me dedicar a quem também se esforça para estar comigo.

Joana